Dinheiro
Todo o nosso sistema
invariavelmente e inalteravelmente está dependente do dinheiro, seja Real, Dólar,
Euro ou outra moeda. Tudo está, como numa imagem de DNA, intrínseco de forma tão
profunda em nossa sociedade humana, que é impossível prever qualquer outro
modelo econômico mais eficaz que este. Computamos tudo em termos de dinheiro:
Salários, benefícios e lucros.
Férias, compras e entretenimento.
Os percentuais de impostos se
transformam em dinheiro.
As marcas globais e locais se
movimentam em função dos valores.
A pesquisa em saúde, remédios e
vacinas são financiadas por investimentos em dinheiro.
O conhecimento adquirido ou
oferecido tem preço.
A comunicação universal é fundada
no lucro aos acionistas e investidores.
As ideias têm preço.
A inflação vista em percentuais é
na ponta ganho ou perdas de dinheiro.
A sonegação de impostos, a
informalidade e a pirataria são medidas em quanto de dinheiro os cofres
públicos deixam de arrecadar.
Os crimes como roubos, furtos,
pornografia geral, prostituição, venda de armas e drogas são dimensionados em
valores das moedas correntes.
As ações na internet, os uploads
e downloads, as propagandas, a própria conexão são feitas por pagamentos em
dinheiro.
As negociações diárias nas Bolsas
de Valores, presente ou futura, de manufatura ou tecnológica, mesmo usando
telas digitais, são finalizadas em valores.
As perdas por catástrofes
naturais, acidentes dos mais variados e danos estruturais causados por
terceiros são computados em dinheiro além do número das vítimas.
As indenizações por danos morais
(coisa subjetiva), por prejuízos causados ao patrimônio público ou privado (coisa
objetiva) e indenizações por dolo de qualquer natureza são valorizadas em
dinheiro.
O poder nas instituições humanas tem
o dinheiro no seu centro.
A lista é enorme, finita, mas
enorme. Apenas que cansei de tentar encontrar palavras mais atenuadas para a
ganância do ser humano e dos governos aos quais estamos subjugados. Como já
disse o apóstolo Paulo:
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores.
I Timóteo 6.10
Aparentemente não podemos fugir completamente disso, não
podemos simplesmente optar por não usar o dinheiro ou por não trabalhar para
ganhá-lo, sem as consequências que isso gera, não deixaremos de fazer o bom uso
do dinheiro (se é que isto existe) e, ele, atualmente, é aquele “mal necessário”
a todos nós, porém não deixaremos de ver todos os dias, enquanto este sistema
persistir, os resultados que ele produz nas vidas de bilhões de pessoas no
planeta.
Carlos de Carvalho
Teólogo e
Cientista Social pela Universidade Metodista de São Paulo
Fundador da ONG ABAN
Brasil
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