Mal Social


MAL SOCIAL

DIANTE das cenas de violência, crime e vandalismo que vemos todos os dias, e não somente por parte de jovens e adultos, mas também de menores, ficamos a indagar o que é que deu errado no Brasil nas últimas décadas. Digo isto porque qualquer pessoa com certa idade poderá nos informar que algumas décadas atrás não se via um número tão crescente e assustador destas coisas. E isso não se dá porque hoje temos mais tecnologias e mais informações à nossa disposição.

Quebramos o Pátrio Poder, estabelecemos o menor como ator central da vida em família, destituímos a autoridade do professor, paulatinamente estamos eliminando o temor e a força da polícia (do poder coercitivo), não punimos adequadamente os criminosos e tampouco reinserimos na sociedade os que têm condições para tanto, pois há os que jamais devem retornar e há os que podem ser ressocializados e precisamos ter a coragem de fazer a separação.

A verdade é que, no afã de sermos uma sociedade justa e socialmente humanizada (e estamos bem longe disso!), retiramos os direitos dos cidadãos de bem - por exemplo, a questão da arma de uso pessoal e outros – e ofertamos sem perceber, ao custo que agora pagamos nas cidades, à criminosos de todas as idades, direitos que não são pertinentes àqueles que ofendem, destroem, matam e aterrorizam as pessoas, com as desculpas de sempre, como pobreza, falta de educação e desigualdade social.

A discussão que traz a solução para os gigantescos problemas que enfrentamos não passa somente pelas mentes de acadêmicos e políticos, que não vivem de fato no ambiente onde eles se dão, tampouco e somente passa pelo clamor popular que deseja uma mais rigorosa punição, uma ação mais eficaz e resposta rápida das autoridades constituídas.

As soluções devem ser implementadas corajosamente e com rapidez, levando em consideração a humanização esperada pela defesa dos direitos humanos, como também pela rigorosa, correta e efetiva punição a todos os que cometem qualquer tipo de crime, independente da idade ou status social, com a finalidade de coibi-los e fazer valer a máxima que de fato e em verdade o crime não compensa.

Não dá para ser uma extremidade ou outra das propostas, mas a conexão de ambas. Só desta forma teremos um início de solução, do contrário, continuaremos com a retórica vazia, sem, contudo, a dialética correta, nem as ações devidas, com o agravante do aumento contínuo do mal social.


Carlos Carvalho

12 de janeiro de 2017

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