Liberdade ou Segurança?
Vemos algumas notícias serem
veiculadas quase que diariamente sobre mulheres sendo assediadas em bares, nas
ruas ou no trabalho, e igualmente vemos o tamanho da violência generalizada que
avança em nosso país. Tudo muito assustador!
Não desejo em hipótese alguma que
a violência se alastre ou que mulheres sejam assediadas, agredidas ou
estupradas, Deus livre-me de um pensamento tão maligno, mas é preciso dizer uma
única coisa sobre esses tempos.
Em uma entrevista, um dos maiores
sociólogos vivos de nossa era, Zygmunt Bauman, somos advertidos por este mestre
perspicaz que a humanidade clama por liberdade tanto quanto por segurança (para
ele são os dois componentes da verdadeira felicidade). Porém, há que se fazer
uma escolha séria: ou uma coisa ou outra, e ele explica a lógica.
“Quanto mais segurança, mais
somos privados de liberdade” – porque a segurança exige isso – “e quanto mais liberdade,
menos segurança temos”. Portanto, para sermos realmente felizes precisamos de
segurança e de liberdade, mas ninguém até este momento da história da
humanidade conseguiu encontrar esta “mina de ouro”.
É simples! Não é porque queremos
as mulheres ou pessoas reféns de “tabus” ou estilos de comportamentos que acham
“antiquados”, mas devemos preferir sempre a segurança como prioridade ao invés
de uma liberdade que nos expõe a perigos dos quais não podemos nos proteger, ao
menos não com o atual sistema que possuímos.
Ao final, caberá a cada um ou uma
a escolha simples: opte por muita liberdade e perca sua segurança, ou opte por
segurança e saiba que perderá um pouco ou muito de sua liberdade. Porém, como o
sociólogo nos advertiu, as duas coisas juntas são conflitantes.
Carlos Carvalho
Teólogo e Cientista Social
7 de fevereiro de 2016
BAUMAN, Zygmunt. "Estratégias
para a vida". Entrevista. Disponível em: https://youtu.be/7BbMKM1bcSw
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