Eu subi a montanha

 

Ontem, 18 de janeiro de 2021, foi um dia especial nos Estados Unidos. O Dia de Martin Luther King Jr. (em inglês: Martin Luther King Day - MLK Day) é um feriado nacional por lá, em homenagem a Martin Luther King Jr, oficializado em 1983, sendo celebrado na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. É um dos três feriados nacionais dos Estados Unidos em comemoração a uma pessoa. Quero falar um pouquinho sobre ele.

 

Martin Luther King Jr. nasceu em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia. Em junho de 1951, recebe o diploma de Teologia; casa-se em 18 de junho de 1953, com Coretta Scott; torna-se pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama, em 1954; na primavera de 1955, recebe o diploma de doutor em Filosofia. Em 1960, após deixar o pastorado da igreja, inicia sua jornada de protestos pacíficos em Atlanta, participa das manifestações pelos direitos civis em 1962, em agosto de 1963, participa da Marcha sobre Washington, em 1964, recebe o Prêmio Nobel da Paz, em 1967, viaja pelos Estados Unidos pronunciando discursos, faz o último em 3 de abril de 1968, em Menphis, e no dia 4 de abril, é assassinado. No dia 9 de abril de 1968, realizam-se os funerais na Igreja Batista de Ebenezer, a mesma igreja onde fora batizado.

 

Algumas de suas palavras, talvez menos conhecidas das pessoas no Brasil, me fazem refletir intensamente:

 

“Um dia o Sul saberá que, quando essas deserdadas criaturas de Deus se sentam diante dos balcões das lanchonetes, estão na realidade lutando pelo que há de melhor no ideal americano e pelos mais sagrados valores da nossa herança judaico-cristã...” (Carta de Uma Prisão em Birmingham)

 

“Como qualquer um, eu gostaria de viver uma vida longa. A longevidade tem seu lugar. Não estou, porém, preocupado com isso agora. Simplesmente quero fazer o que Deus quiser. E Ele permitiu que eu subisse até a montanha. E eu olhei de um lado a outro, e vi a Terra Prometida. Posso não chegar lá com vocês, porém quero que saibam que esta noite nós, como uma raça, conseguiremos a Terra Prometida. Assim estou feliz esta noite. Não estou preocupado com coisa alguma. Não estou temendo nenhum homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor...” (último discurso na noite anterior ao seu assassinato)

 

Por fim, as palavras de sua esposa, Coretta, ecoam como trovões em meu ser:

 

“Meu marido dizia frequentemente às crianças que, se um homem não tivesse coisa alguma pela qual fosse digno morrer, então ele não estaria habilitado a viver. Dizia também que o importante não era o quanto tempo se vive, porém o bem que se vive. Ele sabia que a qualquer momento sua vida física poderia ser abreviada, e encaramos essa possibilidade direta e honestamente. Meu marido encarava a possibilidade da morte sem amargura ou ódio. Ele sabia que esta era uma sociedade infestada pelo racismo e pela violência, que contestava a sua integridade, difamava os seus motivos e deturpava suas opiniões, e que finalmente o levaria à morte. Ele lutou com toda a sua energia para salvar essa sociedade de si própria. Ele nunca odiou. Ele nunca desesperou de fazer o bem. E ele nos encorajou a fazer o mesmo, e, assim, preparou-nos constantemente para a tragédia. Nosso lar é um lar religioso, e isto também contribuiu para que fosse mais fácil suportar este fardo. A nossa preocupação agora é que a sua obra não morra...”

 

Minha sincera oração ao Eterno é que Ele levante homens de família como King. Que Ele molde governantes, políticos, líderes, pastores e acadêmicos com este mesmo espírito, caráter e princípios em suas vidas e corações. Somente assim desfrutaremos de uma verdadeira transformação social pela qual tanto sonhamos e lutamos.

 

Carlo Carvalho

19 de janeiro de 2021

Comentários

  1. Para quem está no Brasil esse é um importantíssimo comentário acerca de Martin Luther king Jr. Para nós que vivemos aqui, lembrar desse homem somente nesse dia seria impossível. Sua luta em combate ao racismo e seu nome, se extendem e se propagam, nombrando desde escolas, praças, avenidas e hospitais. Martin Luther king, sempre será lembrado!

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