Brasil / Israel - manifesto de organizações tenta interferir na soberania de outro país
Manifesto
reivindica que Brasil rejeite embaixador indicado por Netanyahu
Assinado por quase 40
organizações representativas da sociedade civil brasileira, no último agosto de
2015, um manifesto intitulado “Pela rejeição de embaixador nomeado por Israel”
reivindica que Brasil não conceda o agrément ao próximo embaixador de Israel
neste país, Dani Dayan. A lista das Associações que assinam o manifesto é tão
diversa e diametralmente opostas entre si quanto às pautas que as mesmas
defendem.
Associações como, Comitê
Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino, Comitê de Solidariedade à Luta
do Povo Palestino do Rio de Janeiro, Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino
do Ceará, Comitê de Solidariedade à Palestina- Bahia, Anel – Assembleia
Nacional dos Estudantes Livre, Apropuc – Associação dos Professores da PUC-SP, Comitê
Pró-Haiti, CUT – Central Única dos Trabalhadores, Marcha Mundial das Mulheres, MST
– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, UJR – União da Juventude
Rebelião, Organização Indígena Revolucionária, PSOL – Partido Socialismo e
Liberdade e o PSTU- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, se uniram
ao manifesto.
Fico impressionado com as
"mentes" que temos por aqui no Brasil. Este tipo de manifesto é uma visão
parcial e distorcida de todo o desenrolar histórico e secular daquela região, e
vou listar apenas alguns motivos do por que (não sou especialista no assunto,
somente um curioso).
1) Não digo que os israelenses daquela região sejam
"santinhos", mas também os "palestinos" não são, haja vista
toda a dimensão dos conflitos que nos são apresentados quase eu diariamente. Esse
manifesto não cobre os fatos.
2) "Palestina" é a denominação histórica dada pelo
Império Romano a partir de um nome hebraico bíblico, a uma região do Oriente
Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as atuais fronteiras
ocidentais do Iraque e Arábia Saudita, hoje compondo os territórios da Jordânia
e Israel, além do sul do Líbano e os territórios da Faixa de Gaza e
Cisjordânia. Ainda não é um país ou um Estado independente. É um projeto.
3) Nossas relações internacionais, quando não comerciais,
são ridículas, desastrosas e estabanadas, como no caso dos dois brasileiros
executados na Indonésia por tráfico de drogas e a quase que total falta de ação
de nosso consulado no Equador, com a acadêmica e jornalista brasileira Manuela
Lavinas Picq. E queremos nos meter em coisas que nem conhecemos com
profundidade.
4) Não vejo o mesmo empenho desses "defensores"
com certas situações flagrantes, como o caso do Cesare Battisti, terrorista
condenado na Itália, cuja presença em nosso país foi sancionada pelo
ex-presidente Lula. Como a recepção calorosa ao presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad que é conhecido por já ter dito que o Holocausto é um
"mito" e que Israel deveria ser "varrido do mapa", acusado
de fornecer financiamento e treinamento a grupos como o Hamas, na Faixa de
Gaza, e o Hezbollah, no Líbano, aumentando a instabilidade no Oriente Médio. Um
governo que é criticado por restrições a liberdades individuais e por violações
de direitos humanos, Além disso, foi reeleito, em uma votação marcada por
acusações de fraude.
Como no emblemático caso do
britânico Ronald Biggs, conhecido como o "ladrão do século" por conta
ao assalto ao trem pagador entre Glasgow e Londres ocorrido em 1963. Morou no
Brasil por mais de 30 anos em liberdade no Rio de Janeiro, onde levou uma vida
confortável, com o dinheiro do roubo e o que ele conseguiu aproveitando sua
notoriedade. Acabou sendo tema de livros, filmes e reportagens. Ladrão Pop Star, com o consentimento de nossas
"autoridades".
5) Onde estão as veementes declarações e ações concretas
contra os jihadistas que explodem semanalmente seus membros suicidas contra
mercados, lojas, templos cristãos e mesquitas, matando homens, mulheres e
crianças? Onde está o mesmo fervor contra o Estado Islâmico, que não apenas
mata violentamente por decapitação e incendiando os que lhes são contrários,
mas também destroem o patrimônio histórico do mundo?
Vou parar por aqui, deixo para os
jornalistas e historiadores as demais coisas. È no mínimo uma piada de mau
gosto, para não me expressar de outra forma este tipo de ação.
Carlos de Carvalho
Teólogo e Cientista Social
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