Resposta ao terror na "era do terror"


RESPOSTA AO TERROR NA ERA DO TERROR

Li um texto da revista Carta Capital online que tinha este título: “Era do terror”. O texto descrevia alguns dos atentados terroristas no mundo e fazia uma crítica à forma como governos, como o da França, respondem a isso com a força bruta por ataques militares.

Há também frases do filósofo Michel Onfray, que segundo a matéria, já foi entrevistado duas vezes por Carta Capital. No parecer de quem a escreve, o filósofo parece ser uma voz isolada nesses “momentos de luto”, e diz que “É preciso acabar com a islamofobia”.

Ainda diz o filósofo que é preciso lidar com os muçulmanos radicais que são franceses e procurar o diálogo com o Estado Islâmico, não a Terceira Guerra Mundial.

Primeiro, se o filósofo tem a “voz isolada” nestas questões é precisamente porque o tamanho da crise que se apresenta hoje, não somente no caso do terrorismo da França, mas também em todas as frentes de violência pelo mundo, não podem ser tratadas como casos de “fobia”. Parece que todas as respostas sociológicas modernas só conseguem enxergar fobias. É xenofobia, homofobia e agora, “islamofobia”. Isso parece minimizar o problema.

Segundo, se há franceses radicais, e há, também existem americanos radicais, ingleses radicais, irlandeses radicais e brasileiros radicais. Mas uma coisa não se pode deixar de perguntar: o porquê dessa radicalidade? Por causa da excessiva liberdade de crenças radicais permitidas pelos Estados livres e essas crenças fazem com que seus próprios cidadão se virem contra os países que lhes deram livre acesso. O que fazer? Controlar a liberdade? O problema é muito mais profundo não?

Terceiro, promover o “diálogo” com o inimigo que desde a infância aprende que você é filho de Satã, destruidor da fé, idólatra maligno e que está disposta a explodir-se a si mesmo para acabar com sua vida, não parece ser algo sensato, não é mesmo? O diálogo é feito entre pessoas sensatas que desejam a paz mútua e não é esse o intuito do Estado Islâmico.

Por fim, como cristãos, devemos orar pelos nossos inimigos, fazer o bem a eles quando pudermos, tratá-los com a dignidade humana que um ser humano merece e disso não nos isentamos de fazê-lo, porém, foi exatamente por não dar resposta militar que os primeiros cristãos morreram aos milhões debaixo do Império Romano, foi pela mesma razão que mais de 6 milhões de judeus morreram sob o nazismo e milhões de pessoas morrem e tornam-se refugiados no mundo de hoje em quase todos os continentes do mundo.

É porque os governos livres não dão respostas à altura do que a violência provoca, que os povos têm sofrido os mais terríveis crimes contra a humanidade que temos visto até hoje. Uma coisa é a liberdade do espírito e da alma que o cristianismo de Jesus dá ao coração dos homens e mulheres do mundo e outra coisa é a liberdade conquistada por reprimir as forças opressoras que lutam contra esta liberdade material. Nenhuma liberdade humana foi conquistada sem lutas, revoluções e guerras, nem a do espírito nem a do corpo. Precisamos compreender estas verdades.


Carlos Carvalho
Teólogo e Cientista Social


Nota: a matéria da Carta Capital usada para o comentário foi publicada em http://www.cartacapital.com.br/internacional/a-era-do-terror-5241.html

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